BIOMA CERRADO

O Bioma Cerrado


O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade.

Clima e Vegetação

O clima predominante no cerrado é tropical sazonal caracterizado por um clima quente com períodos chuvosos e de seca.

A vegetação é, em sua maior parte, semelhante à de savana, com árvores baixas, esparsas, troncos retorcidos, folhas grossas e raízes longas; gramíneas e arbustos.

Além dos aspectos ambientais, o Cerrado tem grande importância social. Muitas populações sobrevivem de seus recursos naturais, incluindo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros e comunidades quilombolas que, juntas, fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, e detêm um conhecimento tradicional de sua biodiversidade. Mais de 220 espécies têm uso medicinal e mais 416 podem ser usadas na recuperação de solos degradados, como barreiras contra o vento, proteção contra a erosão, ou para criar habitat de predadores naturais de pragas. Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são regularmente consumidos pela população local e vendidos nos centros urbanos, como os frutos do Pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Barú (Dipteryx alata). 

Por ser muito extenso, o cerrado, dependendo de sua localização, apresenta mudanças no seu ecossistema. Nesse caso, os ecossistemas presentes no cerrado podem ser classificados como:

  • Cerradão
  • Cerrado campestre
  • Cerrado rupestre
  • Cerrado típico
  • Campo cerrado
  • Campo limpo de cerrado
  • Cerrado de matas
  • Cerrado de várzeas
  • Cerrado veredas.


Doenças predominantes no Cerrado 

Em todo o cerrado, há a predominância de cinco doenças que estão presentes em todos os estados deste bioma.Sendo elas:

  Dengue; 

Leishmaniose;

 Febre Amarela; 

Doença de Chagas;

 Malária 

Dengue

Transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, o vírus da dengue causa doença febril aguda.

 Na maioria dos casos, os sintomas são leves e autolimitados. 

É a doença viral que mais se espalha no mundo. 

Estima-se que 2,5 bilhões de pessoas no mundo vivam em área de risco de transmissão do vírus, o que causa entre 50 milhões e 100 milhões de infecções e 20 mil mortes anualmente.

Dengue - Sintomas

São sinais de alarme:

Dor abdominal intensa e contínua, ou dor à palpação do abdome;

Vômitos persistentes; 

Acumulação de líquidos (ascites, derrame pleural, derrame pericárdico); 

Sangramento de mucosa ou outra hemorragia; 

Aumento progressivo do hematócrito; 

Queda abrupta das plaquetas.  

Dengue - Prevenção

A forma de prevenção mais eficaz contra a dentre é acabar com o mosquito, mantendo o domicílio sempre limpo e eliminando os possíveis criadouros. 

Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. 

Leishmaniose  

Leishmaniose é uma doença causada por um protozoário e é uma antropozoonose. 

No caso da leishmaniose, o protozoário parasita é transmitido entre animais (cães, roedores) através da picada de certos tipos de mosquito. 

Existem 3 tipos diferentes de leishmaniose: cutânea, mucocutânea e visceral. 

Leishmaniose - Grupos e fatores de risco

Alguns grupos são mais propensos a desenvolver versões sérias da doença. São eles:

HIV Positivo; 

Desnutrição; 

Comprometimento do sistema imunológico; 

Regiões desmatadas; 

Florestas;

 Regiões pobres.

Leishmaniose - Sintomas

A versão cutânea da doença apresenta apenas úlceras na pele. 

Quando a leishmaniose torna-se mucocutânea, ela é capaz de afetar o nariz, a boca e as demais mucosas. O rosto pode ficar deformado devido a destruição de tecido cartilaginoso. 

Na versão visceral da doença, os órgãos internos são afetados. Também é chamada de calazar e diversos sintomas podem surgir, e costumam se manifestar em torno de 4 a 8 meses depois da infecção, mas podem levar até 2 anos para sua aparição.

Leishmaniose - Tratamento e prevenção 

O tratamento, tanto em humanos quanto em animais, é feito através de medicação antimonial pentavalente. 

A prevenção da leishmaniose é feita através de alguns meios para evitar a contaminação, como por exemplo: coleiras repelentes; inseticidas; redes para mosquitos; tratamento de infectados. 

Febre Amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. 

A doença é considerada aguda e hemorrágica e recebe este nome, pois causa amarelidão do corpo (icterícia) e hemorragia em diversos graus.  

Febre Amarela - Sintomas

Febre alta; 

Calafrios; 

Cansaço; 

Dor de cabeça; 

Dor muscular; 

Náuseas; 

Vômitos por cerca de três dias. 

Febre Amarela - Transmissão

A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado. 

Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. 

O macaco não transmite a doença para os humanos, assim como uma pessoa não transmite a doença para outra. 

Febre Amarela - Prevenção

Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação. 

Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Para eliminar o mosquito adulto, em caso de epidemia de dengue ou febre amarela, deve-se fazer a aplicação de inseticida através do "fumacê". 

Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela.


Doença de Chagas

É uma doença infecciosa ou antropozoonose, também é conhecida por "Tripanossomíase Americana", que é transmitido pelo contato com as fezes dos insetos vetores, chamados de "barbeiros" no Brasil. 

No Brasil, estima-se que existam mais de 1 milhão de pessoas infectadas. Estima-se que no país 6 mil pessoas morrem por ano por causa das complicações crônicas da doença.

Doença de Chagas - Sintomas 

Sintomas da fase aguda

 Febre; 

Ínguas por todo o corpo; 

Inchaço do fígado e do baço; 

Vermelhidão no corpo (semelhante a uma alergia e que dura pouco tempo). 

Sintomas da fase crônica

 Desmaios; 

Palpitações; 

Dores no peito; 

Inchaço dos membros inferiores; 

Constipação; 

Dores abdominais; 

Dificuldades para engolir; 

Batimentos cardíacos descompassados; 

Perda da capacidade de "bombeamento" do coração.  

Doença de Chagas - Prevenção

Evitar que o barbeiro forme colônias dentro das residências, nas áreas onde os insetos possam entrar nas casas voando pelas aberturas ou frestas; 

Usar medidas de proteção individual (repelentes, roupas de mangas longas, etc) durante a realização de atividades noturnas (caçadas, pesca ou pernoite) em áreas de mata. 

Seguir boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, em especial os consumidos in natura.

Malária

A malária é uma infecção causada por protozoários do gênero Plasmodium, transmitida por mosquitos Anopheles. 

Trata-se de uma doença ainda muito comum, especialmente em países pobres da faixa tropical do planeta, onde há pouco acesso à medidas preventivas e o tratamento é defasado.

Malária - Fatores de risco 

Viver ou visitar áreas onde a doença é endêmica, ou seja, há uma grande quantidade de casos por ano; 

Viver perto de rios, lagoas e locais onde a proliferação do mosquito é mais fácil; 

Não ter acesso à informação, serviços médicos de qualidade ou condições financeiras para prevenir e tratar a doença;

Não tomar os devidos cuidados antes de se expor ao ar livre. 

Malária - Sintomas

Em todos os casos, as primeiras manifestações da doença são muito parecidas com uma gripe. Além disso, conforme vai progredindo, a doença pode acometer outros órgãos (inclusive o cérebro), causando outros sintomas ainda mais graves, como: 

Dificuldade para respirar; 

Insuficiência renal; 

Icterícia; 

Fraqueza intensa; 

Pressão baixa; 

Convulsões. 

Malária -Prevenção

Em áreas de transmissão, mantenha-se distante de criadouros naturais de insetos, como beiras de rios e áreas alagadas; 

Evite a exposição ao ar livre entre o final da tarde e o amanhecer, pois são os horários em que os mosquitos estão mais ativos;

Utilize calças e camisas de manga comprida quando estiver ao ar livre, pois isso limita a área em que o mosquito pode picar;

Use repelentes à base de DEET numa concentração de 30 a 35% para proteção por até 5 horas;

Gestantes e crianças pequenas podem utilizar repelentes à base de Icaridina;

É necessário reaplicar o repelente de tempos em tempos, visto que sua eficácia tende a diminuir após algumas horas;

Os repelentes são produtos químicos tóxicos e, por isso, deve-se utilizar de acordo com as orientações do fabricante para evitar transtornos;

Utilize cortinas e mosquiteiros com inseticida sobre a cama ou rede quando for dormir; 

Telas em portas e janelas ajudam a manter os mosquitos fora dos ambientes internos.

Dados Epidemiológicos 

Dengue

Em 2015, da Semana Epidemiológica (SE) 1 à SE 52, foram registrados 1.688.688 casos prováveis de dengue, e em 2014, 589.107. Em 2016, até a SE 52 (3/1/2016 a 31/12/2016), foram registrados 1.500.535 casos prováveis de dengue no país, com uma incidência de 733,4 casos/100 mil hab., e outros 726.560 casos suspeitos foram descartados. 

Em 2016, até SE 52, a região Sudeste registrou o maior número de casos prováveis (858.273 casos; 57,2%) em relação ao total do país, seguida das regiões Nordeste (324.815 casos; 21,6%), Centro Oeste (205.786 casos; 13,7%), Sul (72.650 casos; 4,8%) e Norte (39.011 casos; 2,6%).  Em 2017, até a SE 45 (1/1/2017 a 11/11/2017), foram registrados 239.076 casos prováveis de dengue no país, com uma incidência de 116,0 casos/100 mil hab.), e outros 220.171 casos suspeitos foram descartados.

Em 2018, até a SE 3, a região Sudeste apresentou o maior número de casos prováveis (4.066 casos; 43,3%) em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (2.481 casos; 26,4%), Norte (1.056 casos; 11,2%), Nordeste (914 casos; 9,7%) e Sul (882 casos; 9,4%). 

A análise da taxa de incidência de casos prováveis de dengue (número de casos/100 mil hab.), segundo regiões geográficas, demonstra que as regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentam as maiores taxas de incidência: 1.322,0 casos/100 mil hab. e 1.001,2 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as Unidades da Federação (UFs), destacam-se Minas Gerais (2.531,6 casos/100 mil hab.), Goiás (1.845,1 casos/100 mil hab.), Rio Grande do Norte (1.670,9 casos/100 mil hab.), e Mato Grosso do Sul (1.684,9 casos/100 mil hab.)

Leishmaniose 

Baseado em dados de notificação do setor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), avaliou-se a situação da Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) e Leishmaniose Visceral Americana (LVA) por municípios e as perspectivas de seu controle. Em relação à LTA, observou-se um coeficiente de detecção (CD) variável entre 10,45 e 22,9 por 100.000 habitantes; mostrando uma expansão geográfica do referido agravo.

A região Norte destacou-se com 34,9% do total de casos, com risco da população adoecer de 92,3/100.000 habitantes (cinco vezes a média nacional). A expansão do Centro-Oeste correspondeu à segunda maior em CD, com uma média de 38,8/100.000 habitantes; sendo seguida pela região Nordeste, com 30,8/100.000 habitantes, para o ano de 1995, contribuindo com o 2° maior número de casos do país (28%), porém com risco da população adoecer de 19,7/100.000 habitantes As demais regiões (Sudeste e Sul) não desempenharam papel preocupante quando se tratou da distribuição dos casos em nosso país.

 No que diz respeito à LVA, observou-se que, nos últimos dez anos, a média anual de casos foi de 3.156 casos, e a incidência de dois casos/100.000 habitantes A faixa etária mais predisposta a desenvolver a doença são os menores de 10 anos (54,4%), sendo 41% dos casos registrados em menores de 5 anos.

Os dados epidemiológicos dos últimos dez anos revelaram a peri-urbanização e urbanização da LVA em nosso país. As perspectivas de controle da doença são complexas, requerendo esforços junto às comunidades, envolvendo educação, provisão de informações, promoção de saúde, devendo ser específicas, conforme a situação epidemiológica de cada região. 

Febre Amarela

O Brasil registrou 213 casos de febre amarela, sendo que 81 vieram a óbito, no período de 1° julho de 2017 a 30 de janeiro deste ano. No mesmo período do ano passado, foram confirmados 468 casos e 147 óbitos. No período de monitoramento (de 1° de julho/2017 a 30 de janeiro de 2018), foram notificados 1.080 casos suspeitos, sendo que 432 foram descartados e 435 permanecem em investigação, neste período.

No ano passado, de julho de 2016 até 30 janeiro de 2017, eram 468 casos confirmados e 147 óbitos confirmados. Os informes de febre amarela seguem, desde o ano passado, a sazonalidade da doença, que acontece, em sua maioria, no verão. Dessa forma, o período para a análise considera de 1° de julho a 30 de junho de cada ano. 

A situação é mais grave nos estados de São Paulo (20 casos e 11 mortes), Minas Gerais (11 casos e 7 mortes) e Rio de Janeiro (3 casos e 1 morte). O Distrito Federal também reportou um caso que terminou em morte.  Desde o início do 2° período de monitoramento da Febre Amarela (julho/2017 a junho/2018), foram confirmados 413 casos da doença em Minas Gerais, destes casos, 145 evoluíram para óbito e outros 607 casos continuam em investigação. Detalhes dos casos no boletim. 

Do total de casos confirmados de febre amarela silvestre, 359 (86,9%) são do sexo masculino e 54 (13,1%) do sexo feminino. Dentre os óbitos, 08 (oito) foram do sexo feminino, representando 5,5% do total de óbitos confirmados. Todos os casos foram confirmados laboratorialmente. A mediana de idade dos casos confirmados é de 48 anos (0 - 88 anos). A letalidade por febre amarela em Minas Gerais no período de 2017/2018 é de aproximadamente 35,1%.

Doença de Chagas

A região Norte contribuiu com a maior proporção de casos do País (91,1%), tendo sido registrados no estado do Pará cerca de 75% de todos os casos ocorridos no Brasil, e mais de 50% apresentaram início de sintomas entre os meses de agosto e novembro para os anos de 2007 a 2013, período que coincide com os meses de safra do açaí no Pará. 

Em relação ao município de residência, 163 registraram casos de DCA, dos quais, 97 (60%) pertencem à região Norte, 37 (23%) à Nordeste, 14 (9%) à Centro-Oeste e em menores proporções, nove (6%) e seis (4%) aos municípios das regiões Sudeste e Sul, respectivamente. Vale ressaltar que as Unidades da Federação não descritas na Tabela 2 não tiveram registros de casos confirmados de DCA no Sinan no período avaliado.

Foram observados registros de óbitos por DCA apenas no período de 2005 a 2013 e a letalidade média anual do País ao longo dos 14 anos foi de 2,7% (37,9/14). A elevada letalidade (20,0%) em 2005 coincidiu com o surto de Chagas aguda por transmissão oral em Santa Catarina, momento em que pouco se conhecia sobre a etiologia e manejo da doença por essa forma de transmissão. Em 2006, a letalidade continuou elevada (5,9%), com posterior redução, que se manteve relativamente constante nos anos subsequentes. No período de 2005 a 2013 foi possível caracterizar 33 óbitos, 55% deles do sexo masculino com mediana de idade de 38 (<1 - 81) anos.

Malária

Após 7 anos em queda, doença volta a apresentar avanço, com 194 mil casos em todo o ano passado. 

Em 2016, Brasil registrou 117.832 casos da doença na região amazônica. Em 2017, o número chegou a 174.522, valor que representa um aumento de 48%. Estado mais afetado é o Amazonas, com cerca de 74 mil casos em 2017, seguido por Pará e Acre. A atualização epidemiológica foi feita pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

A unidade federativa mais afetada é o Amazonas, com cerca de 74 mil ocorrências da patologia no ano passado. Em 2016, foram aproximadamente 45 mil casos. O segundo estado com maior número de infecções foi o Pará - cerca de 33 mil em 2017, bem mais que os 13 mil identificados em 2016. O Acre registrou cerca de 32 mil casos em 2017, volume significativo, mas que não indica variação muito grande em relação aos 31 mil casos de 2016. 

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